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Informações Especiais


Olá gente, interessados em comprar o meu primeiro livro, Romance intitulado "O Criador de Histórias" entrem em contato comigo pelo e-mail thyago_lennon@hotmail.com ou compre direto pelo site da editora: http://editoramultifoco.com.br/literatura-loja-detalhe.php?idLivro=314&idProduto=323

Para quem não sabe, o livro foi publicado recentemente, em junho, e lançado oficialmente em setembro, em Anori-Am. Editado pela editora Multifoco, do RJ e o primeiro livro pelo meu selo editorial Clube de Jovens Escritores.

Espero que gostem.

P.S. Dia 11 de Novembro estarei em Anori-Am recebendo uma medalha de Honra ao Mérito pela Câmara dos Vereadores.


Claro, ainda tenho que passar em Anato. Hehe
Thyago Mota

Sinopse : O Criador de Histórias


Pedro, um garoto de 17 anos em meio a uma crise existencial, tenta descobrir o segredo que está por detrás de sua história... Desde os 12 anos Pedro escrevia sua história em uma espécie de diário. E em meio aos seus 17 anos, resolve reler tudo o que tinha escrito até então; acaba se deparando com uma vida sem graça e monótona, e cai aparentemente em uma depressão psíquica. Seu amigo, Daniel, o empresta um livro, chama-se "A Sombra do Vento", e Pedro acaba descobrindo novos motivos para viver e ser feliz... Mas ao visitar a biblioteca de uma escola, encontra escondido um outro livro, denominado "Histórias de Uma vida" de autoria de J.M.
Mas quem seria esse J.M.? Como esse escritor conseguiu escrever a história de Pedro em um livro aparentemente antigo? Será que previa o futuro? Ou o futuro de Pedro já era previsível?
Pedro então resolve fazer uma busca sobre a vida deste autor.
Queria conhecer uma das pessoas que transformou seu modo de viver... Mas seria J.M. mesmo uma pessoa? Ninguém sabia e nem tinha ouvido falar sobre um escritor que usava estas iniciais.
Mas nessa aventura, Pedro acaba conhecendo várias pessoas, e segue por toda a sua vida esperando por um amor que não tem certeza se voltará e Um amigo que fisicamente não existe mais...
E, como por obra do destino, descobre um lugar muito interessante, cheio de lendas e histórias intrigantes, que realmente mudará completamente seu destino... Esse lugar é O Labirinto das Palavras...
Com simplicidade e clareza, o autor produziu uma obra-prima aos escritores de todo o mundo, pois dentro deste romance surge uma magnífica teoria que liga os escritores e leitores aos livros. Essa magnificência tornou a história de Pedro em um anagrama da vida... que você está convidado a conhecer.
Uma história de amizade, dor, distância e amor...
... uma história de dúvidas e sabedoria.
Thyago Mota

O segredo da felicidade...


- Qual o segredo da felicidade? – a pergunta me pegou de surpresa. De fato, as coisas mais bobas às vezes me parecem as mais interessantes. Nunca tinha parado pra pensar em uma resposta para essa pergunta, mas agora cá estou eu, encarando-a... É claro que não consegui pensar em uma resposta plausível. Mas tentei.
- Vou te responder... – disse, mas não tinha a resposta na ponta da língua. Olhei para aquela criança que tinha me feito a pergunta, e a expressão dela era de mais pura inocência. Não pude evitar... – Feche os olhos! – continuei, lógico que teria que apelar para a espontaneidade e minha péssima capacidade de improvisação.
A criança me olhou confusa, mas em seguida fechou os olhos, obediente.
Segurei a mão dela, e, sem mais palavras, sai caminhando, abrindo caminho por entre vários pacientes. Alguns que ouviram a pergunta da menina e ouviram também que prometi responder, começaram a me seguir; de crianças a idosos. Alguns começaram a me seguir, ansiosos.
Meu coração, claro, pulsava cada vez com mais fervor, e pior, eu não sabia o que fazer! Pela primeira vez em toda a minha carreira eu não sabia o que fazer.
- Você sente minha mão na sua? – perguntei da menina; ela balançou a cabeça afirmativamente. – Ainda de olhos fechados, você consegue ver nossas mãos se tocando?
Lógico que não. Eu sabia a resposta, mas queria que todos que agora me seguiam, entendessem aonde eu estava querendo chegar. Enfim, estava conseguindo ser coeso, apesar de confuso. Caminhamos todos pelo corredor principal do hospital, onde havia várias salas repletas de leitos que sustentavam os pacientes de casos mais graves.
E mais curiosos me seguiam. Principalmente depois de atravessarmos a sala de espera, e irmos de encontro a porta de saída do hospital.
Tão logo estávamos sob a luz matinal do sol, e logo depois, no pequeno jardim do próprio hospital.
- Agora, Amanda, que cheiro está sentindo?
Ela inalou suavemente até encher seus pulmões. O engraçado é que muitos dos que tinham nos seguido também fizeram o mesmo.
- Sinto o cheiro de muita coisa. É um cheiro bom! – disse ela, sorrindo.
Foi tudo espontâneo, pois no mesmo momento um passarinho começou a assobiar em uma árvore próxima, e pedi para Amanda me relatar tudo o que estava sentindo. Sem perceber, Amanda utilizou todos os sentidos dela, involuntariamente, e por fim, pedi para ela abrir os olhos.
E, como se tudo aquilo fosse novo, ela sorriu. E, diante de seu sorriso, me derreti completamente e a abracei. Enquanto todos aqueles pacientes e não-pacientes estavam nos observando, eu os fitei e disse em alto e bom som:
- Isso tudo é o segredo da felicidade.
Amanda pulou nos meus braços de tanta euforia, e todos voltamos para o hospital sorrindo, acreditando que o que importava mesmo é que estavam vivos para ver um momento desse acontecer. Mesmo estando em fase terminal de um câncer, que outrora consumiu a felicidade de cada um deles.
É fato também que esse foi o momento mais importante da minha carreira de Oncologista. Porque eu também aprendi, e sofri, e sorri.
Neste mesmo dia, um pouco mais tarde, perdi Amanda, minha única filha, para a leucemia. Mas antes disso, consegui ainda ver um sorriso nos lábios da minha pequena menina...

Nossa Mentira Real


A mentira é apenas um fato distorcido da realidade criada por alguém com o intuito de se mostrar real. Por isso, todos os escritores mentem - na maioria das vezes - pois ele distorce esses fatos e cria de acordo com sua própria realidade... E pior, nós ainda publicamos essas mentiras para o mundo inteiro ler e se deliciar com a mentira mais bem contada, ou seja, os melhores livros que ficam abandonados, como mentira, por muito tempo na estante empoeirada. Mas não se preocupe, é tudo real!

Existem outros Mundos ? :S


Nota sobre a existência outros mundos

Existem muitos outros mundos além do nosso, e isso é um fato. Os registros indicam que esses mundos são tão vivos quanto o mundo dos humanos, dos homens descendentes de Adão. Mas é muito difícil de acreditar em outros mundos quando não se houve falar de nenhum deles. É por isso que as pessoas acabam deixando de acreditar, e assim, o tempo vai passando, as histórias vão sendo esquecidas, e esses mundos acabam passando despercebidos diante de nossos olhos. Existem lugares bem além dos sonhos, dos desejos, das verdades ou mentiras, onde coisas reais acabam por se tornar irrealidade ou vice-versa. Mundos muitas vezes distantes, mas às vezes tão perto que chega a um ponto que quase conseguimos tocá-los, ou até mesmo a ponto de viajarmos até eles... Você deve se perguntar qual o meu respaldo para tentar convencê-los do grau de realidade destes assuntos. Mas é muito simples, não tão simples quanto o mecanismo de um pensamento.

Há muito tempo atrás, quando ainda era muito jovem para entender dessas coisas, eu vivi em um desses mundos. Vivi lá quase uma eternidade, mas quando voltei, era ainda a mesma criança que havia entrado naquele mundo. Para mim, em Paládia, havia se passado muito tempo, mas em nosso mundo não havia mudado muita coisa. Apesar disso, esse não é um assunto que pretendo falar ainda nesta história, mas que vocês poderão acompanhar em um futuro breve e numa outra história, que também se tornou importante em um tempo indefinido por mim.

Acabei percebendo que é por isso que existem as crianças, porque através delas e de suas crenças, esses mundos passam bastante tempo existindo, depois deixando de existir quando a alma infantil deixa o corpo de determinada criança, mas sai em busca de outra, exatamente para que esses mundos fiquem intactos em seus lugares, e vivos, por meio das outras crianças que ainda continuam acreditando. Diante disso, todos os adultos deveriam permanecer com a alma infantil dentro do seu corpo, por que somente assim todos iriam acreditar nesses mundos, e eles iriam existir sempre, sem serem esquecidos, mesmo que sejam apenas alcançáveis pelas mãos de uma criança...

Apesar disso, ouve-se falar que é possível algumas pessoas, tanto adultos quanto crianças, entrarem nesses mundos, mas nunca se soube de que maneira... Se soubesse, já teria saído deste mundo ou voltado para Paládia... Mas acreditar neles é como ter certeza de algo que nunca se viu, apenas se ouviu falar, por que as pessoas não acreditam nessas histórias. Mas uma história me fez acreditar ainda mais que existem outros mundos, e que o que aconteceu na minha infância não foi apenas um sonho. Não falo de outros planetas que existem perto do nosso e que supostamente há vida, pois esses planetas fazem parte ainda de nosso mundo... O assunto que resolvi por em pauta é a respeito de outros mundos mesmo, outras naturezas e milhares de universos... Lugares onde ninguém nunca imaginaria chegar, mesmo que tentasse viajar por todos os anos de sua vida pelo céu ou pelo infinito em busca desses lugares... São mundos onde somente através de algo muito especial pode-se chegar até lá, e esse é o único meio. Só se pode conhecê-los através de magia... Sei que no lugar onde vivemos é muito difícil acreditar em magia, mas digo com todas as letras: Ela existe. Não uma magia comum, dessas que ouvimos falar, dessas que pessoas comuns se dizem capazes de fazer, mas uma magia mais profunda, tão profunda que o homem é incapaz de imaginar, muito menos de tentar praticá-la.

Esses mundos já existem há bastante tempo, até a mais tempo que o nosso, e neles também pode existir humanos, assim como anões, gigantes, fadas, unicórnios, elfos, grifos e outras criaturas consideradas mágicas em nosso mundo, e que só conhecemos través de lendas e histórias antigas... É como se cada mundo fosse um tipo de experiência para o criador deles. Há um trecho na bíblia, o nosso livro mais antigo e que conta a história do nosso mundo, que fala da existência de gigantes... Eis o texto:


“Havia gigantes na terra naquele tempo e também depois, quando os filhos de Deus tiveram relações com as filhas dos homens e estas lhe deram filhos. Esses gigantes foram os heróis dos tempos antigos, homens que eram conhecidos em quase todos os lugares do mundo.”

Genesis 6:4


Hoje, no nosso mundo, os gigantes quase não existem, mas há outros mundos que eles sempre existiram, assim como hoje, aqui, não existem certas criaturas citadas anteriormente, mas há lugares que eles nunca deixaram de existir. Portanto é possível definir que os variados mundos também variam a sua natureza. Nesse caso há seres que seria praticamente impossível viver aqui, por causa do clima e de diversos outros fatores climáticos e geográficos que definem a forma de vida em um mundo. É por isso que não é possível ver esse tipo de criatura no mundo dos humanos descendentes de Adão, mas é também porque as pessoas não acreditam na magia, e sem a magia não existem outros mundos, e consequentemente essas criaturas também acabam não mais existindo.

Há quem diga que isso tudo é mentira, que não passa de um disparate. Só que as pessoas falam isso porque já tiveram frustrações o bastante para não acreditar e também porque já se tornaram adultas; e é tão difícil um adulto acreditar na magia ou que existem outros mundos, quanto conseguirmos enfiar um dedo inteiro dentro do buraco de uma agulha. Existe também outro trecho muito interessante na própria bíblia, a respeito da criação de certos seres...


“Assim Deus criou os grandes monstros do mar, e todas as espécies de seres vivos que em grande quantidade se movem nas águas, e criou também todas as espécies de aves...”

Genesis 1: 21


A esse respeito, a palavra monstros soa bem mais irracional que se fosse simplesmente peixes, ou animais marítimos. No entanto, essa passagem deixa clara que naquele tempo havia outras criaturas que hoje já se extinguiram por ter se passado tanto tempo, e fica mais claro ainda quando é usado o termo todas as espécies, dando a entender que havia centenas de milhares de outros seres que hoje não conhecemos por terem sido extintos por diversas maneiras, como a ação do próprio homem em fusão com as centenas de milhares de anos passados... É quase impossível não imaginar viver na época da criação com todas essas criaturas andando livremente ao redor dos humanos ou imaginar-se voando nas costas de um grifo. E a bíblia é o livro do nosso mundo que mais fala a realidade de que existiam coisas mágicas, mas que o tempo as apagou. Os homens, no início de tudo, acreditavam nessas criaturas, pois eles viam e conviviam com esses seres, mas com o desaparecimento contínuo dessas criaturas, o ser humano foi deixando de acreditar, e o tempo fez com que tudo se tornasse apenas uma lenda distante. Por exemplo, no início é bastante claro que os animais falavam, e, como prova, tenho uma outra passagem da bíblia...


“A cobra era o animal mais esperto que o Senhor Deus havia feito. Ela perguntou a mulher: - É verdade que Deus mandou que vocês não comessem as frutas de nenhuma árvore do jardim? A mulher respondeu: - Podemos comer as frutas de qualquer árvore, menos a fruta da árvore que fica no centro do jardim. Deus nos disse que não devemos comer dessa fruta, nem tocar nela. Se fizermos isso, morreremos. Mas a cobra afirmou : - Vocês não morreram coisa nenhuma! Deus disse isso, porque sabe que, quando vocês comerem a fruta dessa árvore, os seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecendo o bem e o mal.”

Genesis 3:1-5


Seria tão estranho ver um animal falando? Sim, hoje, isso não existe, mas a bíblia, para quem acredita nela, diz que isso existiu. E foi exatamente através da Magia Profunda. Hoje as pessoas do nosso mundo acabam inventando coisas para cobrir os acontecimentos aparentemente irracionais. Uma cobra falar, por exemplo, tratam como sendo um disparate nos dias atuais, dando a entender que todos os acontecimentos do Princípio era exceção, o que na verdade não era. E se coisas tão mágicas aconteceram no nosso mundo, isso vai dando a certeza e a crença de que outros mundos existem. Quanto à cobra falante, percebe-se nesse texto, que a mulher conversou com ela como se fosse a coisa mais natural do mundo, sem assustar-se nem admirar de ver e ouvir uma cobra falando, o que hoje seria motivo de grande confusão. Mas a cobra falante não foi uma exceção, há outro textos que temos outro animal falante... Mas esse sim foi uma exceção provocada por Deus, pois os animais falantes já haviam deixado de existir. Na verdade, eles deixaram de existir quando o pecado entrou no mundo, pois não houve mais inocência e a magia se apagou por causa da descrença nela, por isso tenho certeza que a magia sempre está envolvida com as crianças, pois nelas há inocência.


“Aí o senhor fez a jumenta falar,e ela disse a Balaão: -O que foi que eu fiz contra você? Por que é que me bateste três vezes?...”

Números 22:28


As coisas acontecem quando cremos nelas. No início havia inocência, e a inocência era a mesma crença de que tudo era possível. As coisas existiam porque havia fé e, por esse motivo, o óbvio não existia, tudo era novo e absolutamente real, pois não havia o conhecimento do certo nem do errado... É exatamente como uma criança que possui uma alma inocente e nada, a não ser o tempo a faz conhecer a verdade sobre o certo e o errado, o real e o irreal. Elas são a gênese espiritual de um adulto, como se vivessem ainda na criação do mundo onde tudo existia e nada era irreal, ou pelo menos tudo parecia real. De acordo com os estudos sobre esse tema, a criança é o único meio de ligação do nosso mundo com os outros mundos, e justamente por que através da inocência é possível ter de volta os valores e as crenças de quando tudo começou...


[trecho retirado de: As Profecias de Paládia : O Espelho da Luz.]

O Criador de HIstórias - Prólogo


Prólogo do Meu primeiro Livro, que está na editora e será Publicado esse ano.
Acompanhe:
Prólogo
"É bom notar que há idéias pré-fabricadas a respeito de qualquer coisa, o que é bastante prático, permitindo-nos passar facilmente de uma para outra. Mas, quando a gente veio à terra com determinada missão, quando fomos encarregados de executar certa tarefa, as coisas já não são tão fáceis. As idéias pré-fabricadas, que os outros manejam tão bem, recusam-se a ficar em nossa cabeça: entram por um ouvido e saem pelo outro, e vão quebrar-se no chão. Causamos assim muitas surpresas. Primeiro, aos nossos pais. Depois, a todas as outras pessoas grandes, tão apegadas às suas benditas idéias!"
- (Maurice Druon, O menino do dedo verde)

As Primeiras Linhas
O Livro havia sido encontrado na estante. Depois de todos esses anos ninguém nunca o tinha visto ali. Mas finalmente o haviam encontrado. Como se o tempo quisesse que fosse exatamente neste momento. Os olhos cheios de lágrimas observavam o título e o autor, escrito a próprio punho. Uma caligrafia bela, quase uma obra de arte. O homem, então, começou a folhear o livro e a lê-lo em voz alta...


Algumas dúvidas a respeito do verbo Existir...
Hoje foi um dia absolutamente normal – escreveu Pedro em seu caderno, que naturalmente era usado por ele como um diário.
Pedro escrevia todas as noites antes de seu sono que, na verdade, mais parecia uma tentativa de dormir... Mas o escrever sobre sua vida era realmente algo sagrado, e tinha isso como parte de sua rotina diária. Mesmo assim, gostando de escrever, não dava muita bola aos livros já escritos, como se neles já não houvesse a mesma magia com que se acostumara escrevendo!
Naquele dia estava exausto, mas não sabia nem mesmo o porquê – talvez fosse por causa de sua insônia -, mas na verdade já estava acostumado a passar as noites em claro. Assistia TV, lia um livro raramente ou uma revista de vez em quando – quando se interessava por alguma matéria em especial - e só conseguia dormir quase no horário de ir para a escola. Mas o cansaço de Pedro não era fisiológico, era mesmo um cansaço espiritual – se é que poderia chamá-lo assim... Pensava em como seria se simplesmente fosse outra pessoa, se tivesse nascido em outro corpo, ou estivesse em uma outra história que não fosse a sua. Porém, o que Pedro não sabia era que na verdade ele poderia, antes precisaria criar um mundo, entrar e sonhar, criar um personagem para si, ou até mesmo se tornar um. Ora, o que importava era que ele iria aprender que no meio de tanta tristeza, de tantas pessoas e tantas e tantas histórias de vida, havia uma que poderia ser especial para alguém ou tornar alguém especial – sem mesmo saber que futuro teria, ou o que iria acontecer dali para frente -.
Há quem diga que as nossas atitudes, tanto as prováveis quanto as imediatas é que se tornam eternas, existindo por muitos e muitos anos até que seja esquecida e a eternidade se prolongue na vida de outras pessoas num futuro que pode-se dizer, incerto. E que na verdade nós existimos por que algo ou alguém nos criou; ou seja, uma atitude que existe até hoje e vai existir por todo o sempre que ainda houver nesse mundo. Isso nos tornou especial, porque nós existimos. E nos tornamos reais quando somos lembrados por alguém, numa realidade que as pessoas pensam que existe, mas talvez seja apenas mais uma obra da imaginação deveras fértil do homem, capaz de inventar até a realidade num simples piscar de olhos. Mas o certo é que todos nós fazemos parte de uma só história... A história da eternidade, aquela que o amor envolto em lembranças e a magia das palavras, dura para sempre.
Vivia se fazendo perguntas simples e intrigantes, mas que perturbariam até mesmo a humanidade, que gera um drama a respeito de sua própria existência, nesse palco da vida, que na maioria das vezes tornamo-nos apenas telespectadores.
Os humanos vivem dentro de um calabouço criado por eles próprios, uma masmorra de aspecto lúgubre. Porém aquele que conhece a sua própria imaginação encontra a chave do calabouço, que são obviamente os sonhos. Quem sonha e realiza seus sonhos decora o calabouço e o transforma em uma linda casa de campo. Cada um tem na mente a realidade que desejar, pois a felicidade já pronta não existe, ela tem de ser construída com o tempo, ou seja, ela só passa a existir se a construirmos.
A masmorra da vida humana pode sim ser decorada, mas para isso temos que nos construir, para que possamos de alguma maneira decorá-lo e transformá-lo de acordo com a nossa própria maneira de ver o mundo, que é o que importa.
Hoje ele tinha acordado mais cedo que o normal e via o seu quarto como se nunca o tivesse visto, mergulhado naquela penumbra da madrugada em que se podia ver até mesmo a sombra do vento pela janela do quarto envolvido pela bruma cinzenta que chegava a pairar até mesmo em seu coração, enquanto o sol já estava quase a aparecer para trazer de volta a luminosidade radiante do dia que tanto admirava. Raramente lembrava-se de um dia em que pareceu que ele tenha dormido tanto.
Ficou imóvel, deitado na cama como se essa atitude o fizesse parar o tempo, fechou os olhos e depois tornou-os a abrir.
A verdade é que agindo assim parecia mesmo que não se tinha passado um segundo sequer. Como se em um toque de mágica conseguisse fazer o tempo parar.
É uma atitude que se denomina: parar para pensar.
Então surgiu em sua mente, - como um filme - vários momentos de sua vida, até momentos em que nem se lembrava mais, como no dia em que aprendeu a andar de bicicleta – a que tinha sido presenteada pelo seu avô quando completara doze anos de idade -, o sonho de qualquer criança.
Mas já não era mais uma criança. Os sonhos foram mudando de acordo com que o tempo foi passando. Eles são diretamente proporcionais. Uma proporcionalidade justa, que revela o quanto nossa personalidade é mutável.
Há três tipos de sonhos: Os sonhos de ontem – aqueles em que nós apenas nos lembramos -, os de hoje – aqueles que não podemos esquecer, e que queremos realizar -, e os sonhos de amanhã – os que, por algum motivo, nem sequer sabemos qual é. Essa é a prova de que os sonhos são mutáveis sim, e que se não realizarmos os de hoje apenas lembraremos-nos deles amanhã com tristeza, porque sem percebermos, as nossas atitudes os tornaram sonhos de ontem.
As imagens passavam-se como filme. Tinha até momentos que Pedro dava um pequeno e quase imperceptível sorriso acanhado, lembrando-se de detalhes de sua infância, mas sempre em silêncio – ele admirava muito a maneira de como a madrugada era silenciosa e sempre respeitava esse silêncio. Lembrava-se também que não tinha deixado passar nenhum dia sequer desde aquele dia de sua décima segunda primavera, quando pegou aquele caderno que ganhou na escola e começou a escrever tudo que se passava em sua vida, por todos os dias, desde os momentos mais felizes até os momentos mais tristes em que deixara lágrimas nas paginas de seu diário, como no dia da morte de sua avó, que ele tanto amava. Estava tudo guardado bem próximo dele, a poucos metros da cama, em uma gaveta de sua estante... Praticamente uma vida inteira armazenada em gavetas. Sentiu náusea, como se escrevesse apenas para abandonar sua história e deixá-las engavetadas. A verdade é que a vida é uma grande estante, e os momentos são pequenas gavetas, a felicidade uma porta, a tristeza uma janela, e os sentimentos a única saída que podemos tomar, abrindo as gavetas da estante, pulando às vezes a janela ou abrindo a porta e saindo, como se nada demais tivesse acontecido.
Naqueles cadernos havia coisas que nem mesmo seus pais sabiam, como o quanto tinha chorado quando sua avó faleceu, a sua primeira experiência frustrada com uma garota – na verdade, não foi bem uma experiência, mas frustrada sim -, até mesmo o seu triste envolvimento com as drogas, que levara ele a uma quase depressão que provocara a sua insônia há alguns meses atrás e que só tinha aumentado sua tristeza e o desprazer de viver. Toda uma história guardada logo ali, a poucos metros de onde estava.
Levantou-se e ficou sentado na beirada da cama contemplando todas as imagens que se passavam em sua mente... Exatamente como um filme baseado em fatos reais. Sentia-se como se estivesse em outra dimensão, como se nada daquilo tivesse existido, e que nem faria importância se tivesse mesmo existido ou não. Já tinha praticamente abandonado seu passado, mas nem percebia que as suas atitudes do passado é que o tornaram quem é hoje.
Às vezes se perguntava por que mesmo escrevia, mas não sabia responder nem mesmo sua própria pergunta, só com um monte de talvez... Talvez fosse só pra não se sentir sozinho, como se escrevendo, estivesse conversando com alguém que habita dentro de si... Talvez algum dia sua vida fosse mudar e todas as palavras escritas por ele poderiam mudar a vida de alguém, como o efeito borboleta em que nossos atos estão sujeitos... Talvez em um futuro próximo sua vida fosse virar um livro, ou um filme, mas tudo não passava de dúvidas e sugestões tolas de um jovem sonhador que nem mesmo tinha a capacidade de realizar seus sonhos, como sendo apenas idéias pré-fabricadas que não teriam sentido nenhum, a não ser em sua mente, e ficariam trancadas ali pra sempre, e só sairiam para as paginas de seu caderno.
“Será mesmo que todos têm uma missão?”, se perguntava quase todos os dias, se as idéias que as pessoas tinham eram mesmo reais, se tinha algum sentido, perguntava-se, qual seria o seu?... Que bendito futuro teria? Afinal de contas, ele era só um pobre garoto normal e sem expectativas, a não ser a idéia maluca de que iria mudar o mundo, e que tinha absoluta certeza de que todo mundo já havia tido uma idéia dessas antes.
O necessário é criar uma nova realidade, sermos criadores de histórias e não apenas leitores. Talvez todos realmente já tenham pensado um dia em mudar o mundo. Pedro percebeu que por algum motivo as pessoas acabam desistindo dessa idéia e preferem acreditar na curta existência que estão sujeitos os humanos, mas eles não sabem é que já deixaram de existir quando abandonaram esse ilustre pensamento.
Era impossível deixar de imaginar em como seria seu futuro, em meio àquelas histórias todas do passado engavetadas na estante, escritas nos cadernos por sua própria caligrafia...
Sua vida teria mesmo algum sentido? Ele queria mesmo saber qual o brilhante futuro que estava preparado pra si, e se todas aquelas idéias malucas que ele tinha iam mesmo se tornar reais. Pedro estava realmente insatisfeito com a vida que estava tendo, como se deixasse o vento o levar, sem nenhuma interferência, nem mesmo a sua própria.
Ele já estava cansado de tudo isso, era por isso que estava exausto, não agüentava mais viver essa vida rotineira, e resolveu que se fosse mesmo mudar o mundo, se sua vida iria se tornar de verdade um livro como sempre imaginou, ele mesmo era quem teria de mudar tudo isso... teria que mudar sua história de vida, e, agora, depois de pensar sobre o assunto, estava disposto a tudo, por que ele mesmo teria de mudar, e não somente esperar a mudança. Teve a certeza de que são mesmo os pensamentos que mudam o caráter de cada pessoa, basta pensar, duvidar, e depois tentar ir atrás de todas essas perguntas que surgiram de um lugar desconhecido. De sua psique, para ser mais claro, que é na verdade um mundo distinto do que se passa do lado de fora de si.
Estava disposto correr esse risco. Era isso que tornava a vida uma aventura. Os riscos saudáveis, sempre desafiando toda essa infinidade de neurônios. E as dúvidas surgiam, e surgiriam cada vez mais se ele não estivesse disposto a ir atrás de todas as respostas de que procurava. A resposta que estava mesmo era em seu coração. E para isso, ele teria que conhecer a si mesmo, mas antes disso, teria que marcar um encontro...

Clube de Jovens Escritores - CJE

Veja na íntegra a minha entrevista sobre o CJE no Studio de Notícia.

Acesse : http://www.studiodenoticia.com.br/pg.php?cat=entretenimento&&id=203

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Coincidências Inconfidentes


Um desejo incomensurável e incompreensível brota de dentro de um livro na simultaneidade de uma leitura. É o grande torpor de um mundo diferente daquele que vivemos, mas que está sempre em motricidade e paralelo ao mundo de fantasias que não estamos acostumados a ver ou viver. Essa incompreensão torna-se compreensível num estalar de dedos ou ao passar de olhos sobre um texto chamativo de uma realidade surreal que incorporamos no momento da leitura, como se na verdade estivéssemos vivendo aqueles momentos ilusórios, revelando um despeito de não ser na verdade, real, mas incorporando a utopia de uma história ou confundindo-a com uma alucinação ou pensamento vago que surgiu no exato instante que um punhado de letras infiltrou-se em sua mente, formando sentidos excêntricos, e, por fim, definidos por poucos anos de breves passados, que se tornaram no presente um eufemismo gótico, aliando-se a lembranças lúgubres de uma vida nada confidencial. Mas a coincidência de um lugar tão parecido com o nosso, de um mundo tão diferente e ao mesmo tempo tão igual, não passa de meras cópias reutilizáveis, mas nunca descartáveis, de acontecimentos múltiplos confidentes dentro de nosso tão misterioso ser... É mentira, é tudo mentira – é o que pensamos, mas muitas vezes a realidade envolve o inacreditável, como a sensação de algo que já aconteceu em um tempo remoto e desconhecido. É um déjà-vú. Tudo não passa de um incompreensível déjà-vú, pois as histórias estão ali e sempre estarão. O mundo envelhece, as pessoas tornam-se apenas senis, mas as lembranças permanecem intocadas em pedaços de papéis, onde vários mundos se cruzam, onde a irrealidade é apenas uma lenda e passa a ser, depois disso, uma história que merece ser lida, e vivida. E o efeito se desenvolve, então, passando a existir por longo e infinitos tempos, até que alguém acredite, e os rabiscos de mundos paralelos, de vidas remotas e desconhecidas, de projetos inconclusos, acaba trazendo à realidade a verdadeira noção de reais coincidências que por uma decisão, tornar-se-ão eternamente inconfidentes. Tudo escrito em um pedaço de papel em meio a uma estranha liberdade de expressão, que não podemos expressar.

Ora, tudo não passa e não passará de ilusão, nessa coincidência inconfidente que encontramos nos livros, que acaba nos envolvendo em vários mundos diferentes.

Thyago Mota

Em processo de construção!

Blog em construção. Em breve de Cara novíssima!
Aguardem!